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A utilização crónica de digoxina em doentes com fibrilhação auricular está associada a hospitalização por insuficiência cardíaca aguda de novo.
Session:
Posters 5 - Écran 09 - Arritmologia
Speaker:
João Baltazar Ferreira
Congress:
CPC 2018
Topic:
C. Arrhythmias and Device Therapy
Theme:
05. Atrial Fibrillation
Subtheme:
05.4 Atrial Fibrillation - Treatment
Session Type:
Posters
FP Number:
---
Authors:
João Baltazar Ferreira; João Bicho Augusto; M. Borges dos Santos; D. Roque; D. Faria; H. Ferreira; C. Morais
Abstract
<p>Introdução: O tratamento da fibrilhação auricular (FA) é complexo. Existe informação controversa em relação aos efeitos da digoxina utilizada nestes doentes para controlo da frequência cardíaca.</p> <p>Objetivos: Avaliar a incidência de hospitalização por insuficiência cardíaca aguda (ICA) de novo durante 12 meses de seguimento em doentes com FA que estiveram sob terapêutica com digoxina.</p> <p>Métodos: Incluímos restrospectivamente 2181 doentes com FA que foram consecutivamente avaliados no serviço de urgência (SU) num período de 12 meses. Entre estes, 423 doentes foram internados. Doentes com história prévia de insuficiência cardíaca (n=101) foram excluídos. Determinou-se a proporção de prescrição de digoxina à alta. O indicador primário foi a incidência de hospitalização por ICA de novo durante 12 meses de seguimento após a alta.</p> <p>Resultados: Incluímos 253 doentes com FA que tiveram alta e seguimento durante 12 meses (idade média 70.7 ± 12.6 anos, 37.5% sexo masculino). Um total de 5.9% (n=15) tiveram digoxina prescrita à data da alta. A análise de Kaplan-Meier (Figura) demonstrou que doentes com FA sob terapêutica com digoxina apresentaram uma maior incidência de ICA de novo durante os 12 meses após a alta (28.6 vs. 10.1%; log-rank p=0.027). A análise de Cox multivariável controlada para idade, género, hipertensão sistémica, diabetes mellitus, padrão de FA (paroxística/não paroxística), cardioversão bem sucedida à alta, score CHA2DS2VASc, doença renal crónica e taxa de filtração glomerular à alta demonstrou que a terapêutica com digoxina foi um preditor independente de ICA de novo (HR 3.52; CI 95% 1.09 – 11.36; p=0.035). Demonstrou-se ainda uma tendência para uma maior taxa de mortalidade a 12 meses após a alta em doentes sob terapêutica com digoxina (26.7 vs. 10.5%; p=0.079). </p> <p>Conclusões: A utilização de digoxina em doentes com FA pode ser deletéria uma vez que se associa a hospitalização por ICA de novo assim como a uma tendência para maior mortalidade. Esta evidência poderá ter impacto no manejo terapêutico de doentes com FA que se encontram em risco de desenvolver insuficiência cardíaca.</p>
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