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Reunião Anual Conjunta dos Grupos de Estudo de Cirurgia Cardíaca, Doenças Valvulares e Ecocardiografia da SPC
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32. Cardiovascular Nursing
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Síndrome coronária aguda na mulher: observações de uma unidade de cuidados intensivos coronários
Session:
Posters 5 - Écran 04 - Isquemia/SCA
Speaker:
João André Ferreira
Congress:
CPC 2018
Topic:
E. Coronary Artery Disease, Acute Coronary Syndromes, Acute Cardiac Care
Theme:
13. Acute Coronary Syndromes
Subtheme:
13.2 Acute Coronary Syndromes – Epidemiology, Prognosis, Outcome
Session Type:
Posters
FP Number:
---
Authors:
João André Ferreira; André Azul Freitas; Cátia Santos Ferreira; James Milner; Patrícia M. Alves; Ana Vera Marinho; Célia Domingues; Manuel Oliveira Santos; Sílvia Monteiro; Mariano Pêgo
Abstract
<p><strong>Introdução: </strong>A doença cardiovascular (CV) permanece como principal causa de morte no sexo feminino em Portugal. De facto, a doença arterial coronária (DAC) tem vindo a destacar-se nesta lista, ocupando um firme segundo lugar nas causas de mortalidade, seguindo de perto o acidente vascular cerebral (AVC). A literatura pré-existente é consensual: a taxa de mortalidade por DAC nas mulheres é superior à dos homens, e, apesar de vários esforços tentados no sentido de clarificar as múltiplas razões para esta ocorrência, a sub-representação do sexo feminino e consequentes viés têm dificultado esta tarefa.</p> <p><strong>Objectivos: </strong>Avaliar a ocorrência de diferenças significativas entre géneros no diagnóstico, tratamento e prognóstico de doentes admitidos por síndrome coronária aguda numa unidade de cuidados intensivos coronários (UCIC).</p> <p><strong>Métodos: </strong>Estudo retrospectivo observacional de doentes admitidos com o diagnóstico de SCA numa UCIC, entre 2004 e 2017. Dividiram-se os doentes em grupos consoante o género, sendo avaliados e comparados em termos de factores de risco, diagnóstico, tratamento, complicações e mortalidade.</p> <p><strong>Resultados:</strong><strong> </strong>Foram avaliados no total 7533 doentes dos quais 31,1% mulheres (n= 2345). A idade média foi superior neste género (71,4 ± 12,4 <em>vs.</em> 65,4 ± 12,6 anos, p < 0.001), apresentando também maior número de comorbilidades CV. Vinte e três porcento apresentavam angina instável (n = 1788), 42,9% NSTEMI (n = 3230) e 33,4% STEMI (n = 2516). Embora a apresentação mais frequente em ambos os grupos tenha sido o NSTEMI, os homens apresentaram-se mais sob a forma de STEMI em comparação com as mulheres (35,3% <em>vs. </em>29,1%, p < 0.001). À data de admissão, as mulheres apresentavam, em média, um score GRACE superior (140,4 <em>vs. </em>130,1, p < 0.001), contudo tal não se traduziu num tempo de hospitalização mais prolongado (4,3 <em>vs. </em>4,8 dias, p < 0.001). Não ocorreram diferenças a nível do acesso a terapêutica de reperfusão (97,4% <em>vs. </em>96,3%, p = 0.244) mas o número de coronariografias “brancas” foi superior nas mulheres (27,4% <em>vs.</em> 12.7%, p < 0.001). No internamento, as mulheres evoluiram mais para classe Killip III (2,8% <em>vs. </em>2,0%, p< 0.001) e Killip IV (7,5% <em>vs. </em>6,1%, p < 0.001). A mortalidade intra-hospitalar (6,4% <em>vs. </em>4,6%, p = 0.001), a 1 mês (10,4% <em>vs. </em>8,3%, p = 0.004), a 6 meses (13,8% <em>vs. </em>11,4%, p = 0.005) e a 1 ano (16,8% <em>vs. </em>13,8%, p = 0.001) foi também superior neste grupo. Na análise multivariada, o sexo feminino (OR 1.4; IC95 1.1-1.7) foi preditor independente de mortalidade intra-hospitalar. Comparando directamente mortalidade por faixa etária, encontraram-se diferenças apenas no subgrupo > 80 anos.</p> <p><strong>Conclusões: </strong>Em contexto de SCA as mulheres, apesar de menos representadas, destacam-se por um maior número de comorbilidades CV, uma maior pontuação em scores de risco e uma maior mortalidade intra e pós-hospitalar. De facto, o sexo feminino foi considerado factor preditor independente de mortalidade intra-hospitalar na nossa amostra.</p>
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