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Hemoglobina na síndrome coronária aguda: é como começa ou como acaba?
Session:
Posters 2 - Écran 10 - Isquemia/SCA
Speaker:
José Pedro Sousa
Congress:
CPC 2018
Topic:
E. Coronary Artery Disease, Acute Coronary Syndromes, Acute Cardiac Care
Theme:
13. Acute Coronary Syndromes
Subtheme:
13.2 Acute Coronary Syndromes – Epidemiology, Prognosis, Outcome
Session Type:
Posters
FP Number:
---
Authors:
José Pedro Sousa; João Lopes; Carolina Négrier; Rogerio Teixeira; Lino Gonçalves
Abstract
<p><strong>Introdução: </strong>Dados recentes têm demonstrado que estratégias ambiciosas de anemia permissiva (permitindo nadires na ordem de 7g/dL) são seguras na maioria das situações clínicas. No contexto da síndrome coronária aguda (SCA), contudo, têm sido obtidos resultados conflituantes. Um dos maiores estudos portugueses versando esta temática demonstrou que o valor da hemoglobinémia (Hg) à admissão não é preditor independente de mortalidade precoce.</p> <p><strong>Objetivos: </strong>Determinar o valor prognóstico da hemoglobinémia em contexto de SCA, diferenciando-se os doseamentos à admissão (HgAdm) e à alta (HgAlta) e verificando se há incremento na predição de risco isquémico pelo Score GRACE.</p> <p><strong>Métodos: </strong>Estudo retrospetivo de único centro envolvendo 1281 doentes admitidos consecutivamente por SCA, de quem foram obtidos a HgAdm e a HgAlta. Os doseamentos foram operados por analisador hematológico Sysmex. O seguimento dos doentes foi obtido por revisão do processo clínico e contacto direto, tendo o follow-up mediano sido de 6 anos. O resultado definido foi a mortalidade global, para o qual foram realizadas regressões logísticas, tendo em atenção: Score GRACE (modelo 1), Score GRACE+HgAdm (modelo 2) e Score GRACE+HgAlta (modelo 3). A acurácia dos modelos (C-statistic) foi comparada com o método de Delong.</p> <p><strong>Resultados: </strong>A idade da amostra foi de 68 ± 13 anos, enquanto a representação feminina foi de 30%. 476 doentes sofreram enfarte agudo do miocárdio com supra-desnivelamento do segmento ST. A HgAdm foi de 13,5 ± 1,97g/dL à admissão e de 12,7 ± 1,9g/dL à alta. O valor médio do Score GRACE foi de 116 ± 55. A capacidade discriminatória da variável HgAdm foi significativamente inferior, em comparação com a variável HgAlta, para a previsão de mortalidade por todas as causas no seguimento (ROC HgAdm 0,72 (0,69-0,75) vs ROC HgAlta 0,75 (0,72-0,77), P =0,04). Os C-statistic dos modelos foram 0,74 (0,72-0,77) para o modelo 1, 0,77 (0-73-0,79) para o modelo 2 e 0,78 (0,75-0,80) para o modelo 3. A acurácia do modelo 3 foi superior à do modelo 1 (comparação do C-statistic P=0,0057) e equivalente à do modelo 2 (P=0,12). A acurácia do modelo 2 foi também superior à do modelo 1 (P=0,04).</p> <p><strong>Conclusão: </strong>A hemoglobinémia à data de alta apresenta capacidade discriminatória superior à da hemoglobinémia à admissão, na previsão de mortalidade a longo prazo. Ambas, contudo, parecem acrescentar valor ao clássico Score GRACE. Estes dados reforçam o valor prognóstico da hemoglobinémia na síndrome coronária aguda.</p>
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